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Os que amamos nunca morrem – Capítulo V

Capítulo V – Nosso primeiro jantar em família, sem nosso querido pai... 

No almoço após o velório, Dé e Danny (meus melhores amigos na época) almoçaram hotdog conosco. Todos se consolavam não com tristeza, com choros desesperados. Pelo contrário… todos sorriam, se sentiam em paz, compartilhando desse momento tão importante pra nossa família.

À noite veio a hora do 1º jantar em família, sem nosso pai ao redor da mesa. Nós colocamos um porta-retrato com ele sorrindo no centro da mesa.

A luz acabou… Todo mundo sentiu frio nessa hora. E todos falaram ao mesmo tempo: Sé está aqui conosco! E a janta foi a melhor que poderia ter sido, com todos sentindo a presença do nosso pai por lá.

A noite passou…

Os próximos dias vieram… muitos telefonemas e e-mails de amigos, familiares.

Ly (minha irmã mais velha) sonhou que ele estava bem, e que iam trabalhar juntos. O dono da empresa dizia que o Sé era o melhor. Ly ficava feliz de vê-lo bem de novo, com saúde.

Eu fiz um vídeo em homenagem a ele: “As pessoas que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós!”. No dia seguinte, saiu um artigo no Jornal de um padre que conviveu com ele e dedicou o texto a ele. A mesma frase foi usada no artigo. Coincidência? Eu não acredito. Era um recado do meu pai pra todos nós, de que ele havia partido antes para preparar o céu para nós.

Enquanto minha família em Atibaia via o vídeo que fiz de homenagem, perceberam a cortina se movendo, sem ninguém mexer nela, sem vento, sem nada. Meu pai estava lá, todos sentiram novamente.

Eu sonhei com ele alguns dias depois. Ele estava de preto e branco, não falava nada, só sorria pra mim. Eu dizia que era bom vê-lo feliz e com saúde, e que eu estava com muitas saudades. Ele ficava quietinho com a gente durante algum tempo, e no fim sorria e falava “Eu estou bem”, e então acordei.

Silvia (minha outra irmã) sonhou com ele também, entrando junto com ela numa igreja. Ele contou algo importante no ouvido dela, mas quando ela acordou, não conseguiu se lembrar.

Dias depois eu novamente sonhei com ele. Estava no meu trabalho. O telefone tocava, e era ele: “Oi, é o Sé”, e eu comecei a chorar, enquanto ele me dizia: “Quero te dizer algo muito importante e tenho que ser rápido: viva a vida, só isso. Não se preocupe se o que pensa é certo ou errado. Só viva.” E eu dizia “Posso te pedir só uma coisa? Quando eu morrer, você vem me buscar?” E e ele me respondeu: “Não cabe a mim decidir isso agora. Quando chegar a hora, vou pedir ao meu superior.” E nos despedimos. Tenho esse sonho escrito no meu caderninho, letrinha por letrinha. Foi demais, muito vivo!

Dali alguns dias sonhei de novo: ele entrava na sala com Serginho (meu irmão caçula) segurando suas malas, e todos nós, filhos, o abraçávamos durante um tempão e dizíamos que era pra ele sempre se lembrar de nós.

Na missa de 7º dia, em Atibaia, minha mãe estava saindo da Igreja bem feliz com a Missa abençoada que foi, e do céu, caiu uma margaridinha pra ela… não havia margaridas lá por perto, e essa é a flor preferida da minha mãe. Não tivemos dúvida: foi um mimo dele pra ela.

Uns dois meses depois, Danilo (meu sobrinho) comentou que sonhou que perguntava ao Sé: “Vovô, você não morreu?!” E meu pai respondia a ele “Não, eu não morri, eu estou aqui com vocês.”. Meu sobrinho ficou muito feliz quando acordou e se lembrou do sonho.

Um ano depois, minha mãe viu meu pai durante uma noite. Ele vestia uma roupa branca, na ponta da cama, e sorria muito pra ela. A figura do meu pai tinha uma aura muito brilhante que iluminava todo o quarto.

Dias depois Carina (minha cunhada) falou que na mesma noite sonhou com meu pai, e que ele ficava imóvel, mas conversava muito, falando que tinha vindo rapidinho para visitar minha mãe e dar uma força para ela.

Escrevo esse texto com relatos reais do que foi a vida aqui na Terra com esse pai tão querido chamado Sérgio, e a quem carinhosamente sempre chamamos de Sé. A data real em que escrevi cada parte desse texto foi 02/11/2014, dia de finados. Mas posso assegurar que esse sentimento de ‘dia dos mortos’ é algo que passa ao lado contrário de tudo o que nossa família sente pelo nosso pai. A cada ano, a cada dia que nunca passa sem lembrarmos dele, o sentimento é de vida, de renascimento, e de uma segurança maior do que nunca de saber que nosso pai partiu antes para preparar o céu para nós. E que quando for a nossa hora, ele virá nos buscar, com a alegria contagiante de sempre, para sermos, novamente, unidos por esse amor que não tem fronteiras.

E por isso acredito que meu sentimento durante todo aquele dia 02/08/2008 estava mais certo do que nunca: nada daria errado, nada de mal iria acontecer. E não aconteceu. Meu pai está livre, feliz, e vivendo cada dia de nossas vidas ao nosso lado.

Um dia te encontrarei de novo, meu Pai Sé! E ai de você se não vier me buscar quando chegar minha hora, viu?! Eu já te imagino numa van bem colorida, buzinando, com música bem alta, dando tchau a todos pelo trajeto, e vindo me buscar com o sorriso mais contagiante do mundo, com aquela risada ‘sem voz’ que só você sabia dar. E nesse dia, nós rolaremos na grama de seja lá onde for, e comemoraremos esse vínculo tão grande que me faz ter a certeza de que: as pessoa que amamos nunca morrem!!!!

Te amo, meu querido pai Sé!

Sé, o Pai que nos ensinou que somos todos anjos com uma asa só; e só podemos voar quando abraçados uns aos outros!

Para conferir o capítulo anterior a este, acesse https://blog.bleev.online/artigos-bleev/os-que-amamos-nunca-morrem-capitulo-iv/

 

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