Os 5 maiores arrependimentos no fim da vida, por Ana Claudia Quintana, médica geriatra
Ela foi convidada pelo Hospital Albert Einstein a falar sobre como lidar com o choque de realidade que vem com a descoberta da chegada da morte.
A morte é uma das poucas certezas que temos na vida. Ainda assim, nunca estamos totalmente preparados para dizer adeus a esta vida que conhecemos e embarcarmos rumo ao desconhecido.
Por mais dificuldades que possamos enfrentar, a morte ainda é uma alternativa muito radical para qualquer um de nós. Ainda assim, muitas pessoas alcançam um estágio de sua jornada em que precisam começar a trabalhar essa aceitação dentro de si mesmas, porque sabem que o momento de deixarem esta vida está cada vez mais próximo.
Nunca é fácil para pacientes terminais aceitarem que irão morrer. Por isso, muitas vezes precisam de ajuda de pessoas preparadas para oferecer todo o suporte durante esse momento.
Uma profissional brasileira que cuida de casos como esse é a médica Ana Cláudia Arantes, geriatra e também especialista em cuidados paliativos. Ela foi convidada pelo Hospital Albert Einstein a falar sobre como lidar com o choque de realidade que vem com a descoberta da chegada da morte.
Na entrevista, ela fala sobre os cinco maiores arrependimentos das pessoas antes de morrer. Essa lista faz parte do livro “Antes de partir: uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte”, escrito pela enfermeira australiana Brownie Ware, no qual ela relata sua experiência trabalhando com pacientes terminais e o que aprendeu com eles.
“Um deles (arrependimentos) é não ter demonstrado afeto. Passamos a vida construindo muros ao redor do coração da gente, para ninguém perceber o que a gente está sentindo”, diz Ana.
A outra coisa é o arrependimento por ter trabalhado tanto. O último colocado é: “Eu devia ter me feito mais feliz”, que para mim resume todos os outros.
Abaixo, ela comenta cada um dos 5 maiores arrependimentos listados por Brownie em títulos de tópicos de acordo com suas experiências pessoais. Confira:
1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu queria, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse
“Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos, e muita gente tem que morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomou, ou não tomou. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais.”
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
“Eu ouvi isso de todos os pacientes homens com quem trabalhei. Eles sentiam falta de ter aproveitado mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho.”
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos
“Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, acomodaram-se em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem realmente eram capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam.”
4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos
“Frequentemente, os pacientes não percebiam as vantagens de ter velhos amigos, até chegarem em suas últimas semanas de vida, e nem sempre era possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos e tiveram muitos arrependimentos profundos por não dedicarem tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.”
5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz
“Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida – que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso ‘conforto’ das coisas familiares e o medo da mudança fizeram com que eles fingissem para os outros e para si mesmos que estavam contentes quando, no fundo, ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo.”
Profundo. Não importa quem sejamos ou como escolhemos viver nossas vidas, devemos fazer o máximo para não levarmos nenhum arrependimento conosco quando nosso tempo aqui acabar.
Por isso, faça o seu melhor, todos os dias, para criar uma vida que gosta de viver, e mantenha as pessoas importantes sempre por perto. Esse é um ótimo texto para compartilhar com seus amigos. Marque-os nos comentários abaixo!
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