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Crianças espiritualizadas: um desafio mais do que especial para nós, pais!

Criar um ambiente ecológico onde o espiritual é tão importante quanto o físico é o primeiro passo.

Não é de hoje que minhas conversas com amigos carregam muitas histórias de filhos com uma bagagem espiritual elevadíssima! Filhos que já chegam com um semblante diferente… um olhar forte, determinado, e ao mesmo tempo com uma capacidade singela de amar e sentir o mundo a sua volta de forma tão descomplicada, bastante marcante para a nossa geração de pais.

Quando olho a humanidade em geral, consigo enxergar nitidamente que cada geração tem seu mérito e suas dificuldades. A minha geração dos 40, por exemplo, geralmente é marcada por adultos com uma capacidade de se virar e de enfrentar o mundo profissional que é bonita de se ver. Em sua maioria, são pessoas responsáveis, que não gostam de depender dos outros e que conquistaram uma independência de vida de forma batalhadora.

Mas a geração dos pitoquinhos que chegou recentemente a esse mundo tem algo muito intrigante ao meu ver. A forma de olhar o mundo e as pessoas a volta é algo surreal, que não consigo ver parecida em outras gerações anteriores.

Para exemplificar isso, vou transcrever abaixo um diálogo que tive com meu filho de 4 anos há alguns dias, indo para o treino de futebol ao sair da escola:

– Mamãe, hoje meu amigo Joaquim chegou na escola e eu senti que ele estava muito triste.

– Ixi, e você perguntou pra ele o que tinha acontecido?

– Sim, eu perguntei se ele estava triste e ele disse que sim, pois um colega da rua dele tinha chutado a plantinha que ele estava segurando.

– Nossa, que chato, né?

– Mamãe, mas essa história vai ficar muito pior! Você não vai acreditar!

– Nossa, me conte… o que aconteceu?

– A planta tinha uma flor! O amigo dele chutou uma planta com flor. Como pode isso? Como alguém consegue chutar uma flor, mamãe? Como???

Pois é… falas de uma criança de 4 anos. E eu, pensativa, não consegui chegar ainda a uma conclusão do que é mais lindo nesse diálogo: o fato de ele ter enxergado a alma do amiguinho Joaquim, observando a tristeza não verbalizada… se é ele se indignar com alguém ser capaz de chutar uma flor… ou o fato de ele ter considerado tudo isso um assunto digno de se conversar com a mamãe, refletindo e externalizando um assunto que o incomodou severamente durante o dia.

A forma como essas crianças estão chegando, com essa capacidade de olhar o mundo, as pessoas e os sentimentos que afloram na sua alma, é algo desafiador demais para nós, pais. Quem de nós, quando criança, não ouviu aquela famosa frase “Para de chorar, engole o choro que é besteira!”?! Não que tenhamos nos transformado em más pessoas ou psicopatas por causa disso (pelo menos a maioria de nós, não! rs). Mas acredito eu que essas crianças, aprendendo a tratar os sentimentos dessa forma profunda e reflexiva, terão uma capacidade de lidar com o mundo de uma maneira mais plena, mais abrangente. É como se viver ou sentir no piloto automático não tivesse mais vez! E que incrível isso!

Mas como enfrentar esse desafio como mães e pais que somos?

Especialistas psicólogos em educação infantil dizem que o primeiro passo na educação de uma criança em nível espiritual elevado é o de criar um ambiente ecológico onde o espiritual é tão importante quanto o físico. Mas o que é isso na prática?

Incentivar os filhos a meditar, refletir sobre os sentimentos que surgem, dedicar um tempo a se entender… isso pode ser um primeiro passo importante. Largar de vez aquele conceito de que o que a criança está sentindo é só normal e não é importante. Tudo o que sentimos é importante para a fase em que estamos vivendo. E se não for pensado ou tratado (em casos mais críticos), podem avançar para uma fase da vida em que bloqueará a pessoa a conseguir ser quem é e desempenhar seu papel nesse mundo.

Depois de criar o ambiente, os pais devem ensinar às crianças a importância de fazer boas escolhas espirituais, incluindo, até mesmo, os valores que elas devem carregar para sempre em suas escolhas gerais da vida.

Observar os amigos e colegas dos filhos também é algo importante: ajuda-las a estabelecer relacionamentos adequados aos valores e caráter, alimentando sempre a honestidade e a confiança nessas relações.

Agora, um ponto muito importante e muito difícil e desafiador para nós, pais: tentar sempre manter um diálogo aberto com a criança sobre os temas da natureza espiritual. Os pais devem ouvir as preocupações das crianças, respondendo com compaixão e encorajamento. Isso ajuda os pais a se conectarem com os seus filhos em um nível mais profundo, o que pode ser útil ao guiar a criança por caminhos espirituais saudáveis. Por exemplo: meu filho do diálogo que citei aqui, sempre fala sobre o tema morte e renascimento. A maioria encararia isso com a seguinte devolutiva: “Credo! Para de falar desse assunto, não é bom, atrai coisa ruim!”. Aqui em casa isso não acontece, de forma alguma! Talvez o fato de termos a BLEEV nos facilite muito isso… nossa empresa trata desse tema, seria uma hipocrisia profunda tratarmos o tema morte em casa como um tabu! Mas confesso que mesmo tendo mais facilidade com o tema, há diálogos que são extremamente desafiadores mesmo, e não sabemos nem como continuar a conversa. Nesses casos, eu o deixo falar e me proponho a aprender com ele.

Uma vez uma amiga me disse: “Nossa, deve ser difícil não saber as respostas, pois você como mãe, precisa ensinar e saber de tudo.” Eu discordei na hora e discordo até hoje… não é por que sou mãe que preciso entender de tudo e ter todas as respostas. Pelo contrário! Ainda mais com essas crianças tão espiritualizadas, temos muito mais a aprender e absorver do que ensinar. Então quando não sei a resposta, discuto com ele várias alternativas, e ouço. Ouço muito! Acho que isso é também um passo importante na educação das crianças espiritualizadas: dar espaço para elas se expressarem, nos ensinarem, nos trazerem sua bagagem de luz, para que a gente aprenda muito!

Precisamos ter em mente que nossos filhos não são apenas nossos filhos! Eles estão aqui com uma missão de alma única e especial.

Minha psicóloga me disse uma vez quando, num momento de desespero ao ver o mundo tão complicado e eu com dois pequenininhos, questionei o que seria deles nesse mundo tão difícil?

“Eles vieram no tempo deles… você no seu… quem sabe quem eles serão nesse mundo de agora?”

Eles vieram no tempo deles… e nós, quando fomos escolhidos como seus pais, recebemos a missão de ajuda-los a não perderem suas missões de alma! É desafiador, mas é o maior presente que poderíamos ter recebido nessa vida!

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